quinta-feira, 2 de março de 2017

1º de 7 Parte 2 de 4

   Adentrando a cabana, o homem disse – Um momento – caminhou até uma mulher que limpava a mesa da sala, agarrou-a pelos cabelos e lhe deu um tapa tão forte no meio da cara, que está caiu no chão – VÁ E PROCURE O QUE FAZER EM OUTRO LUGAR, MULHER!! – Exclamou ele enquanto a enxotava.
– Bata na sua mulher – Disse ele – Porque se você não souber o motivo, ela sabe. – Completei, o homem sorriu – É uma pena não poder xinga-las ou lhes dar mais de 10 surras ao dia.
   Pois é – Pensei – Aquele nariz gigante, realmente, não nega a descendência!

– Meu nome é Harkebarc, eu nunca imaginei que um assunto como este trouxesse até aqui um macaco como você.
– Cezar – Respondi de forma seca – Estou atrás de informações sobre o vilarejo vizinho.
– Tudo o que sei – Explicou o homem – É que aqueles bastardos foram punidos por suas heresias!
   Bingo! – Pensei – Eu sabia! Deixei um escapar!
– Como assim? Retruquei.
– A 1 ano – Disse ele – Aqueles porcos expulsaram a mim e aqueles que como eu pensavam, do meio deles!
– Mas Bumdun é grande e pesou sua mão sobre eles! Enviou uma besta fera, que seu próprio povo criou, para matar a todos!
   Pois é – Pensei – E agora, eu irei matar a ti e aqueles que contigo compactuam... Mas, não agora, aguardarei este seu pensamento vil proliferar-se para que,futuramente, eu tenha ainda mais diversão.
– Mais nada? – Perguntei.
– Por que quer saber? – Retrucou.
– Porque eu sou um caçador, fui chamado para dar cabo do mutante, hibrido ou seja lá como você o chama.
– Sabe, um pouco mais a diante existe uma floresta e esta vila está sendo construída muito perto dela, isso pode ser peri...
– Caçador, ham!? – Interrompeu-me ele – Ha! Haha! – Zombou.
– Aqui nós somos todos homens poderosos e protegidos pelo nosso deus! Mataremos o mostro sozinhos! – Disse batendo no peito – Não precisamos da ajuda de forasteiros.
– Agora, saia! E não pise mais suas patas imundas aqui, macaco!
– Como quiser – Respondi – Mas, antes, pegue isto – Deixei um bilhete em sua mesa, virei-me, saindo de lá.

   Como eu havia dito, os maus não são totalmente dispensáveis, esse lixo será necessário para transformar em homens de guerra pelo menos alguns desses pacifistas apáticos e conformados e o destino se encarregará de ceifar aqueles que não forem valorosos.
   Conferi meu saque, montei meu animal e parti em direção a floresta, sob os olhares curiosos da mulher que havia sido agredida e de uma menina que atrás dela se escondia.
– Bom – Pensei alto – Talvez eu tenha mais chances de encontra-lo indo nesta direção.

quarta-feira, 1 de março de 2017

1° de 7 Parte 1 de 4

   Aquele lugar estava sofrendo uma ascensão espiritual, haviam desastres naturais e guerras violentíssimas pipocando em toda parte. Das gigantescas entre continentes ás minúsculas entre bairros e eu, como se tudo isto já não fosse o bastante, fui mandado para exterminar ou melhor, para acentuar a separação entre os qualificados para permanecerem ali e... A minha diversão!
  
   36 anos depois, quando a parte brusca da transição já havia passado, o mundo já não era mais tão habitado (por humanos) como no início, grandes cidades antes amontoadas e repletas de tecnologia eram agora, em sua maioria, escombros tomados pela vegetação e animais híbridos e mutantes, descendentes daqueles antes criados para servir as pessoas, agora, deles alimentavam-se quando oportuno.

   Foi quase como voltar á era medieval, claro! Mas, nada tão terrível como a mudança cataclísmica que afundou uma megalópole linda chamada Atlântida, aqueles coitados foram arremessados mais de 10 mil anos no passado. He! Coisas corriqueiras de planetinhas subdesenvolvidos.

   E eu, como quase tudo que sobrou desse evento, estava degradado... É isso que  acontece antes da regeneração.
   É como se grandes líderes, os senhores do mundo, e suas famílias nunca tivessem existido, como se eu nunca os tivesse torturado e os matado com requintes de crueldade diversos apenas para que servissem de exemplo ao povo.
  
Do genocídio que cometi não existe nem a mais vaga das lembranças, extingui povos inteiros com armas de destruição em massa e mutantes defeituosos “apenas” porquê queriam dominar o mundo, eles eram tão genocidas quanto eu, claro, com a diferença de que eram milhões e eu... Só criei “A chave mestra”, um programa invasor capaz de hackear e dar ao usuário a localização e cotrole total de dos atributos bélicos das nações, e tudo isso sem disparar o menor alarme ou desconfiança do que já estava acontecendo. Então, hohow!! Foi uma surpresa quando alguns países subdesenvolvidos, mas, com um poderio de destruição preocupantemente consideráveis atacaram-se sem qualquer aviso!

   Era como se minhas mãos estivessem limpas das chacinas que cometi, apenas por diversão. Caçadas intensas á pessoas ruins, com a diferença de que eu nasci para suas ruínas e de que se de mim escapassem, com certeza outros os iriam executar, afinal, seu tempo neste mundo já acabará. Mesmo os mais persistentes, resistentes, logo serão enviados para um plano que condiz melhor com sua evolução espiritual.

   Mas, apesar de tudo, a relíquia aqui ainda dá um banho nesta nova geração de pacifistas que é incapaz de matar sozinho um misero monstro. É lógico, os maus não são completamente dispensáveis, é necessário que aja um certo número, pequeno, deles para proteger essa população de bundas moles e estes, por sua vez, devem trazer a tona o melhor desses lixos criminosos para que evoluam da melhor forma possível... E é apenas por isto que eu ainda estou aqui.
   Há muito eu recebi um chamado de uma vila em formação na região de Erini, era sobre um monstro que estava devorando os habitantes de lá e como sua astucia não permitira que os outros caçadores o matassem, mas, quando cheguei, todos, com exceção dos animais, já estavam mortos. Dos velhos aos que mamam, não sobrara nem um, pelo cheiro e pelo estado dos cadáveres pude deduzi que tudo acontecera á quase 2 dias, as pegadas eram grandes e as lacerações ainda maiores. Recolhi suprimentos, procurei pela fera nas redondezas, enterrei os que pude. Ao terceiro dia, naquele cemitério a céu aberto, decidi que era hora de partir, amontoei o saque em duas montarias, afinal, eles não fariam falta a mais ninguém dali, e libertei os que estavam presos.

   Segundo a diante, a 3 dias de viagem, cheguei a uma outra vila em formação, todos ocupados de mais em seus afazeres para me dar alguma atenção, provavelmente era o que queriam que eu pensasse, como se eu não tivesse notado seus olhares desconfiados ou alguma curiosidade sobre minha carga exagerada. Procurei pelo responsável do lugar, nestes tempos, eu achava graça como que, com umas sacas de grãos e algumas frutas, podia-se obter uma boa informação até mesmo nos lugares onde “não ser bem vindo” era mero eufemismo. O responsável era um homem forte de poucas palavras e cerviz dura tal qual seu olhar, perguntei então se sabia do ocorrido no vilarejo vizinho anterior a esta vila, re repente, o grande homem esmoreceu e pensei – MERDA!! – Ele disse – Vamos á minha cabana, lá será o local ideal para termos esta conversa.


  


*Nota: é considerado defeituoso todo mutante ou hibrido incapaz de obedecer qualquer das 3 Leis básicas.


**Leis: 1º Não deve causar mal aos humanos, 2º Deve obedecer aos humanos, a menos que a ordem entre em conflito com a 1º Lei, 3º Deve preservar a vida humana.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Admirando-o...

      Em uma dimensão sombria, acorrentada entre outras dimensões, onde o tempo não existe e o espaço é infinito... Ele afunda seus dentes e garras em mim.
   Eu deveria acalma-lo, talvez, combatê-lo, mas, eu realmente gosto deste “abraço” que me envolve.
   Afinal, já não é a primeira vez que isto acontece, mas, com certeza, é uma das piores!
   Hum... Não, não... Está é a pior! – Pensei bem por um instante e, por todo o alvoroço que ele causou desta vez, por minha causa e por culpa dos meus superiores...
   Não me espanta que esteja tão furioso.
   Uma das partes que mais gosto nesta situação é a de poder ver seus cachos negros e esfumaçastes, não dá para vê-los em meio á escuridão, mas, sei que estão lá, pois, quando ele sacode a cabeça de um lado para o outro, almejando uma posição melhor para continuar a lacerar-me, eu os vejo...
   Passam suave e lentamente a frente de seu único olho vermelho, atento e fixo sobre mim, adoro admirar o brilho rubro que de sua alma transborda, quase que sufocado por seus abundantes cachos e corpo esguio.
   Para todos os outros, é inconcebível crer que um espírito que me ame tanto, seja capas de tamanha brutalidade.
   Particularmente, não vejo nenhum mal quanto a isto, eu mesma já o matei milhares de vezes durante minhas missões e o torturei mais do que posso numerar, apenas para o meu prazer... Fiz tanto isso que, mesmo inconscientemente, eu sei até onde ir antes que ele morra!
   Está é uma daquelas coisas que ficam tão impregnadas em nós que, mesmo encarnando, não nos esquecemos. É o que chamam de “memórias da alma”.
    – Ei! – Exclamei alegremente – Se lembra daquela vez em Ãrikar? Você está muito parecido com agora.
    – Grrrrrrrrr!! – Rosnou ele enquanto apertava a mordida, provavelmente esperando calar-me. Ceco pelo ódio, ainda completamente ensandecido.
   Sabe, a dor é algo com a qual se acostuma depois de algum tempo, mas, ainda é muito incomodo quando ela é acentuada de alguma forma.
    – Naquela vida – Disse tentando disfarçar o desconforto – Quando o encontrei pela primeira vez, eu imaginava como seria ser abocanhado por algo tão ameaçador...